segunda-feira, outubro 18, 2004
O Kitsch religioso da semana

Os computadores e a religião são dois comboios, prestes a chocar a alta velocidade. O computador é A inovação tecnológica sem precedentes na história da humanidade.
Turing, Von Neuman e tantos outros, tornaram reais construções teóricas que só pretendiam lidar com os problemas postos pela lógica matemática. Mas quão profícuos se demonstraram essas construções teóricas!!
Hoje, a mundivivência religiosa dos crentes é abalada pelo computador. Esse objecto que para as crianças tanto está vivo, como não pode morrer.
A sua existência é uma dissonância profunda numa visão de um mundo construído por um deus. E as questões filosóficas que os próprios objectos computacionais levantam são subversivas...
Por exemplo, o problema de Turing levanta a questão da validade da revelação, já que não podemos distinguir entre esta e a sua emulação(e logo mentira) por parte do profeta. O que levanta a própria questão das boas intenções de Deus, e logo ao problema do mal.
E a capacidade cada vez maior de cálculo e raciocínio, faz-nos antever um dia a existência de computadores inteligentes...
Ainda me lembro da liberdade e mudança de mentalidades que um mero undo num programa de ambiente gráfico trouxe a muitas pessoas. A vida também se podia viver, experimentando, aprendendo com os nossos erros. E isso, é liberdade.
As igrejas e religiões utilizarão os computadores como um novo medium para as suas actividades proselitadoras (Até já há igrejas virtuais e sacramentos em ambientes virtuais..). Mas o irónico, é que «o meio é a mensagem» e com os computadores ninguém pode ser, a partir de certo ponto de envolvimento, um mero e obediente receptor da mensagem divina.
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