quinta-feira, novembro 17, 2005

 

Ciência e religião

Nunca soube de um cientista que perseguisse um crente por acreditar nas mentiras da religião, mas são conhecidos os casos das religiões que assassinam cientistas por causa das verdades que põem em causa os livros pueris que consideram sagrados.

A ciência procura explicar a vida e melhorar a sua qualidade, a religião alimenta-se da morte e exalta o sofrimento na mórbida contemplação de caveiras e restos mortais.

A ICAR nasceu do silêncio perante os crimes de Constantino a troco da isenção de impostos, da construção de novas igrejas e da repressão da concorrência. Ainda hoje procura amancebar-se com os déspotas que governam, para se tornar dominante.

Há na matriz genética da Igreja católica uma tendência totalitária, tara comum, aliás, às outras religiões do livro.

Cedo se tornou poder. Desde 380 que, sob o imperador Teodósio, foi declarada religião oficial do Estado, estatuto que sempre procurou conquistar e de que jamais abdicaria pacificamente, onde quer que fosse.

Justiniano proibiu o direito de herdar ou transmitir bens aos pagãos, baniu a liberdade de consciência (529) e obrigou os pagãos a serem instruídos na religião cristã, para obter o baptismo, sob pena de exílio e confiscação de bens. Quem é que não se converte a uma verdade tão vigorosamente promovida?

Deus foi o amuleto de que se serviram as tribos que temiam perecer para dar alento aos guerreiros que as defendiam. Daí a violência, crueldade e ódio de Deus contra inimigos da tribo a que pertencia. O Deus sanguinário foi uma necessidade para excitar o espírito belicoso dos que lutavam pela sobrevivência.

Hoje permanece como negócio de que se governam os padres e como instrumento do poder de que aproveitam os ditadores.

O baptismo é o ritual em que a água benta torna a pele do catecúmeno permeável à entrada do divino para inocular a alma. É a praxe com que se recebe o neófito no bando.

Constantino, Teodósio e Justiniano foram os padrinhos da seita. A ICAR, sem o braço do poder temporal, não passaria de uma proposta filosófica, algures entre o ridículo e o perigoso.




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