quarta-feira, novembro 09, 2005

 

Insensibilidade católica

O acto de violação é um «crime horroroso», mas «praticar o aborto de um feto são, fruto, embora, de um acto abjecto, é fazer pagar a vítima inocente pelo criminoso».

A frase citada pertence ao médico Walter Oswald. Foram as palavras com que o director do Instituto de Bioética da Universidade Católica inaugurou as conferências do Congresso Internacional da Nova Evangelização a decorrer em Lisboa.

O referido médico é, há décadas, simultaneamente um dos mais influentes responsáveis das comissões nacionais de ética da Ordem dos Médicos e dos Hospitais portugueses.

Não vale a pena recordar o passado tenebroso de uma Igreja que gosta de se apresentar como campeã da defesa da vida. Não houve crime nem execração que não cometesse em dois mil anos.

Vale a pena reler a frase e ver a absoluta insensibilidade em relação à mulher violada, o desprezo que a Igreja, de que o referido médico é um dos leigos mais estimados, nutre pela mulher.

Não posso deixar de recordar João Paulo II, perante as gravidezes das freiras violadas por militares, no Kosovo. Pô-las perante a alternativa de darem os filhos para adopção ou abandonarem o convento.

Eis a moral e a sensibilidade de recalcados sexuais que desenvolveram uma mentalidade misógina nas piedosas leituras dos Evangelhos.




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