terça-feira, dezembro 06, 2005

 

A ICAR e os milagres

O culto necrófilo de JC está de acordo com a demência veneradora que a ICAR presta aos mártires e aos poderes que atribui aos mortos. A morte é, aliás, o alimento da fé, a droga que sustenta a religião e o medo que submete os vivos.

A ICAR recusa milagres de vivos, destina-os aos mortos. Os santos são padrinhos da Mafia que rodeia Deus. Quem acredita na catadupa de milagres obrados após JP2 ter sido alcandorado ao trono pontifício pelo Opus Dei, terá de interrogar-se como puderam obrar milagres patifes de alto coturno como Pio IX ou Escrivá.

O negócio dos milagres é a ilustração da mentalidade católica: a atenção que se solicita, a cunha que se mete, o lugarzinho que se mendiga. O padre-nosso é o cabrito da dívida, a ave-maria o queijinho da subserviência, a novena e o terço o óbolo para o partido político sem cuidar onde se perde ou o destino que lhe cabe.

Às vezes os milagres acontecem por mérito próprio mas urge que se atribuam ao divino para lhe dar prestígio e aumentar a clientela. «Graças a Deus» - grunhem ministros a piscar o olho aos padres, invertebrados a dar graxa ao patrão, locutores a despedirem-se dos beatos ou para serem ouvidos por patrões comprometidos com o clero.

Um deus que se deixa subornar por orações, que só ouve os gritos de desesperados por intermédio de cadáveres bem vistos no Vaticano, é um deus venal e falso, uma criatura pusilânime e interesseira, um aldrabão de feira e um crápula.

O deus dos padres, que manda a doença para que um bem-aventurado lhe peça a cura, é um biltre que faz chantagem, um corrupto que aguarda a paga, um ser repugnante que usa poder discricionário e se diverte com o sofrimento humano.




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