domingo, fevereiro 26, 2006

 

Ainda os negócios de Deus

Paul Marcinkus[BE1] , o enorme arcebispo de 1,94 metros e cem quilos de peso, responsável dezoito anos pelas finanças do Vaticano, não foi apenas o infeliz «banqueiro de Deus» que ajudou à falência do Banco Ambrosiano.

Ele dizia que «não se pode gerir a igreja a poder de Ave-Marias» e foi coerente com esta verdade comprovada desde a mercearia até à Microsoft.

Quando aceitou a presidência do IOR (banco do Vaticano) que tinha implícito o barrete cardinalício, uma mordomia substituta da comparticipação de lucros, declarou que, até aí, só tinha como experiência de gestão financeira a colecta dominical a seguir à missa.

Os desfalques foram em nome de Deus mas o Vaticano perdeu 500 milhões de dólares e enlameou-se. Não se soube o destino dos 1.300 milhões de dólares que levaram o Banco Ambrosiano à falência. O director, Roberto Calvi, foi encontrado enforcado numa ponte de Londres e Michele Sindona, outro amigo do arcebispo, foi envenenado na prisão.

Mas o pio bispo, amigo de vários papas, impedido de ser julgado por JP2 (os subsídios ao sindicato Solidariedade não caíram do Céu) recolheu aos EUA em 1990, reformado.

Foi pai solteiro. Deixou um filho único e um escândalo do tamanho da ICAR.

[BE1]Expresso de 25/2/2006 pg. 22




<< Home

Google
 
Web www.ateismo.net


As opiniões expressas no Diário Ateísta são estritamente individuais e da exclusiva responsabilidade dos seus autores, e não representam necessariamente a generalidade dos ateus. Os artigos publicados estão sujeitos aos estatutos editoriais.
As hiperligações para sítios externos não constituem uma recomendação implícita. O ateismo.net não é responsável nem subscreve necessariamente, no todo ou em parte, a informação e opinião expressa nesses sítios web.

This page is powered by Blogger. Isn't yours?