sábado, abril 22, 2006

 

Fundamentalismo islâmico no Irão

Durante a presidência de Mohammed Khatami os símbolos mais evidentes da recuperação de liberdades individuais, cruelmente suprimidas durante as décadas de governo dos ayatollahs, expressava-se na forma como as mulheres, o alvo favorito de repressão por parte de qualquer fundamentalismo religioso, torneavam os estritos ditames de vestuário.

Durante a campanha eleitoral que culminou com a sua controversa eleição, Ahmadinejad assegurou que o Irão tinha problemas mais urgentes que suprimir estas liberdades individuais.

No entanto, quiçá como retaliação às recentes manifestações populares de repúdio ao regime teocrático e porque, como denunciou Nader Shariatmaderi, um aliado político de Ahmadinejad, estas modas são «prejudiciais aos princípios revolucionários e islâmicos» e porque «Na situação internacional presente nos temos de unir em torno de princípios conhecidos» uma série de medidas de repressão social e política de linha dura foram anunciadas há uns dias.

Assim , a polícia de Teerão tem ordens para prender as mulheres que se vistam de forma não conforme aos ditames do governo teocrático. As «transgressoras» das normas «morais» islâmicas seram punidas com multas e penas de prisão até dois meses. A polícia deterá igualmente homens com cortes de cabelo ocidentais e pessoas que passeiem cães, uma actividade há muito merecedora de ululações de blasfémia anti-islâmica pelos piedosos mullahs.

De igual forma os milhões de pessoas que dispõem de antenas satélite, uma abominação que lhes permite terem fontes isentas de informação (e informação factual não digerida pelos dignitários religiosos é algo que todas as religiões execram, não apenas a islâmica) verão as multas por tal posse ilegal subirem de cerca de 90 para cerca de 4500 euros.

Face à crescente revolta popular contra a anacrónica imposição das barbaridades islâmicas, expressas recentemente na adesão massiva a rituais persas tradicionais, banidos como pagãos pelos fundamentalistas islâmicos, como o Tchahr Shanbe Souri (festa do fogo) e o Sizdeh-Bedar, o fim de ano persa, diria que as últimas medidas repressivas servirão apenas para alienar ainda mais os iranianos contra o regime teocrata.




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