quarta-feira, outubro 03, 2007

 

Tratado de Ateologia - Michel Onfray


Foi lançado este mês o Tratado de Ateologia de Michel Onfray, em português, pelas Edições Asa com tradução de Francisco Oliveira. Escrito em 2005 este livro já tinha uma tradução em português do Brasil pela Martins Fontes Editora, fica agora disponível em português de Portugal e mais facilmente acessível aos portugueses.

Fica uma sítese da obra de Onfray, escrita pelo próprio: «Os três monoteísmos, animados pela mesma pulsão de morte geneológica, partilham uma série de desprezos idênticos: ódio à razão e à inteligência; ódio à liberdade; ódio a todos os livros em nome de um só; ódio à vida; ódio à sexualidade, às mulheres, ao prazer; ódio ao feminino; ódio aos corpos, aos desejos, às pulsões. Em vez de tudo isso, o judaísmo, o cristianismo e o islão defendem: a fé e a crença, a obediência e a submissão, o gosto pela morte e a paixão do além, o anjo assexuado e a castidade, a virgindade e a fidelidade monogâmica, a esposa e a mãe, a alma e o espírito».

O escritor inicia o seu Tratado com um excerto do genial Nietzsche, do livro Ecce Homo: «"A ideia de "Deus" foi composta, foi investida como ideia contrária à vida - nela, em simbiose estupenda, se resume tudo quanto é nocivo, venenoso, caluniador, todo o ódio mortal contra a vida. A ideia do "além", do "mundo-verdade", foi inventada apenas para depreciar o único mundo que existe - para destituir a nossa realidade terrestre de todo o fim, razão e propósito! A "ideia" de alma, de "espírito" e, ao fim ao cabo, ainda de "alma imortal", foi inventada para desprezar o corpo, para o tornar doente - "sagrado" - para tratar todas as coisas que merecem atenção na vida - as questões de alimentação, habitação, regime intelectual, cuidados com os doentes, higiene, temperatura - com a mais espantosa incúria! Em vez de saúde, "salvação da alma" - quer dizer uma loucura circular que vai das convulsões da penitência à histeria da redenção! A ideia de "pecado" foi inventada com o complementar instrumento de tortura, o "livre-arbítrio", para extraviar os instintos, para fazer da desconfiança para com os instintos uma segunda natureza!»

Links úteis:
Tratado de Ateologia - Ed. Martins Fontes
Wikipédia: Michel Onfray

Também publicado em LiVerdades




<< Home

Google
 
Web www.ateismo.net


As opiniões expressas no Diário Ateísta são estritamente individuais e da exclusiva responsabilidade dos seus autores, e não representam necessariamente a generalidade dos ateus. Os artigos publicados estão sujeitos aos estatutos editoriais.
As hiperligações para sítios externos não constituem uma recomendação implícita. O ateismo.net não é responsável nem subscreve necessariamente, no todo ou em parte, a informação e opinião expressa nesses sítios web.

This page is powered by Blogger. Isn't yours?