sexta-feira, novembro 11, 2005

 

A azia dos crentes

Não sei se o III Congresso Internacional da Nova Evangelização, a decorrer em Lisboa, ou uma síndrome de privação da hóstia torna alguns leitores do Diário Ateísta mais agressivos.

São fundamentalmente três as acusações com que fazem, nas caixas de comentários, a catarse freudiana dos medos, dúvidas e terrores do inferno que povoam as suas mentes:

1 - a pretensa superioridade moral e intelectual ateia, que nunca senti e jamais exibi.

2 - a referência reiterada a facínoras não católicos, como Stalin, Mao, Lenine e outros, acrescentando o cristão Hitler que em «A minha Luta» citava o Génesis deliciado com a violência de Cristo a agredir os Fariseus, referência que pretende confundir e absolver a ICAR da cumplicidade nazi/fascista.

3 - a afirmação de que há, entre os cristãos, pessoas boas, generosas e beneméritas, como se algum dia o Diário Ateísta tivesse duvidado.

Direi mais, tenho pelo patriarca Policarpo, o mais destacado quadro português da ICAR, consideração e respeito pela sua craveira intelectual, moral e cívica. Conheço grandes personalidades e tenho bons amigos crentes. Ninguém é perfeito.

Mas isso não faz virgem a mãe de Jesus, não transforma em infalível o Papa B16, não torna imaculada a concepção de Maria (fertilização in vitro?), nem altera a credibilidade dos milagres, aparições e exorcismos com que a ICAR ganha a vida e extasia os fiéis.

Em suma, as qualidades que exornam os crentes não tornam verdadeira a religião, não expurgam a violência e crueldade dos livros sagrados, não transubstanciam em corpo e sangue de Cristo o pão e o vinho sob o efeito de palavras e sinais cabalísticos.

JC deixou a doutrina que justificou a Inquisição, o Índex, a contra-reforma, o genocídio dos ameríndios, dos índios e de todos os que fossem avessos à conversão. Eis a verdade.

Vamos à cumplicidade nazi/fascista da ICAR. Não há sistema mais totalitário do que a teocracia. Não há religião que não se encoste ao poder quando, de todo, não pode ser ela a detê-lo. Será por acaso que eram católicos Franco, Salazar, Mussolini, Pinochet, Hitler e Pétain e cristãos os coronéis gregos?

Por que motivo a ICAR excomungou a democracia, o socialismo, o livre pensamento, o liberalismo, o comunismo e a maçonaria e nunca excomungou o nazismo? JP2 reiterou a excomunhão ao comunismo, já depois da queda do muro de Berlim, mas nunca fez o mesmo ao nazismo. E porque recusou o reconhecimento do Estado de Israel até 1993?

Por que preparou o Vaticano a fuga de Adolf Eichmann e outros próceres nazis para os livrar do julgamento de Nuremberga?

Que fez JP2 quando os Hutus católicos do Ruanda massacraram centenas de milhares de Tutsis com a participação activa do clero no genocídio? Ficou calado e cúmplice. Isto é recente.

Eis a razão:

Os versículos da Tora abençoam o assassinato de islamitas, passagens dos Evangelhos justificam a protecção de Pio XII a Adolf Eichmann pelo genocídio cometido contra os deicidas judeus e os surahs do Corão abençoam o massacre de judeus e cristãos (por esta ordem).

Yavé abençoa a guerra e os guerreiros e promete a destruição total dos palestinianos - a «guerra santa»segundo a expressão do livro de Josué. Jesus mandou «ir e evangelizar», justificando o proselitismo e os horrores de que parcialmente JP2 pediu perdão. Maomé, o mais rude e incivilizado, recomenda a jihad.

Os ateus são os inimigos comuns a abater pela demência mística dos três monoteísmos.




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