quarta-feira, novembro 23, 2005

 

Misoginia em acção

A Igreja Católica debitou um documento oficial de 10 páginas extremamente crítico da decisão da Igreja Anglicana não só em ordenar mulheres mas em elevá-las à posição de bispo, avisando que as projectadas reformas constituem um entrave às relações entre as duas confissões cristãs.

No documento é considerado que consagrar mulheres «é um risco tremendo e intolerável» que pode causar «danos irreparáveis» dentro e fora da Igreja Anglicana. Embora ressalvando que a Igreja Anglicana é livre para proceder como quiser, explicita que esta decisão está em contradição com os «textos e espírito» de propostas recentes de unidade entre as duas Igrejas. Ou seja, a Igreja Católica usa abertamente as suas habituais tácticas de chantagem política para impor a outra confissão cristã a misoginia que é a imagem de marca da ICAR.

É interessante notar que a decisão da Igreja Anglicana em ordenar padres assumidamente homossexuais, embora tenha criado algumas tensões entre as duas Igrejas, não mereceu um documento deste teor. E não obstante os católicos se considerem os únicos cristãos que mantêm a «pureza» dos ensinamentos dos misóginos pais da Igreja, isto é, não permitam qualquer tipo de método contraceptivo (nem sequer preservativos quando um dos membros do casal está infectado com o vírus HIV) ou permitam qualquer tipo de aborto (o caso de uma gravidez ectópica terminada com a ablação desnecessária da trompa não é considerado um aborto por um convoluto sofisma), as posições mais consonantes com o século XXI da Igreja anglicana nunca mereceram semelhante ataque da hierarquia católica.

Numa nota nos antípodas desta (mais uma) manifestação da misoginia da Igreja Católica, que considera ser a mulher um ser inferior (devido à dentadinha na maçã da impossível Eva), a Libéria elegeu a primeira mulher que alguma vez governará um país africano, Ellen Johnson-Sirleaf.




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