quarta-feira, junho 21, 2006

 

O Papa é um homem... para pior

É uma violência esperar de um homem normal a castidade absoluta, a vida sem alguém com quem trocar afecto, confiança e entrega. Mas o Papa ou o fez e mente, ou não o fez e violentou a sua natureza, ou ainda, talvez as duas coisas alternadamente.

O Papa não é apenas um algoz, frio e cruel, porque a vida e o múnus o conduziram a semelhante postura. É assim porque o sistema, a cujo vértice chegou, o exige.

Há no ditador vitalício do Vaticano atenuantes que as pessoas devem compreender. O frio inquisidor já foi jovem e teve, como todos, necessidades sexuais que realizou na clandestinidade ou reprimiu por medo. Hoje, transporta a culpa do pecado ou o trauma do desejo recalcado. O certo é que nunca amou.

Quem pode esperar compreensão, tolerância e bondade de quem sofreu humilhações, recalcamentos e frustrações. O camauro não sublima tendências no fim da vida, apenas vinga o passado.

O dever de ofício fá-lo fingir que acredita na Bíblia, ele que conhece as circunstâncias e finalidades com que as mentiras foram inventadas e velhos mitos reciclados, que sabe as semelhanças entre as várias religiões e como os homens as criaram.

Basta a mentira do livro sagrado, a falsificação da história da ICAR e o negócio das relíquias e indulgências para envergonhar um Papa. Não precisava da homologação de milagres que de todo o lado lhe solicitam para fabricar beatos e santos numa competição a que JP2 abriu as portas e a que o ridículo e a vergonha já não conseguem pôr cobro.

B16 é, pois, mais uma vítima da trama de interesses da multinacional da fé sediada num bairro de 44 hectares donde se prega uma moral anacrónica e se vive a obsessão do sexo que não se pratica ou se pratica em ansiedade e com sentimentos de culpa.

É por isso que os inveterados celibatários pregam a castidade com uma obsessão que, a ser aceite, levaria em breve à extinção da espécie humana.




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