sexta-feira, fevereiro 02, 2007

 

Cristo e o cristianismo

Há quem confunda uma cultura com os mitos que lhe deram origem ou que ela própria criou. Há quem atribua a Deus os livros que se lhe referem como se a Pantera Cor-de-rosa passasse a existir pelas histórias a que deu origem.

Do Islão não vale a pena falar. Está no estertor uma civilização tribal onde o sagrado e o profano se plasmam sob a violência do clero e onde os constrangimentos sociais fazem da mulher um ser sem vontade, dignidade ou direitos. É um furúnculo místico na lepra de uma sociedade medieval. O Islão é cruel, misógino e troglodita.

Quanto ao cristianismo podemos dizer que foi o húmus da civilização, da liberdade, e da própria democracia, não por vontade própria mas porque gerou no seu seio a antítese dialéctica que conduziu à modernidade.

Resistem padres e o negócio. O Vaticano é o bazar que vende indulgências, cria santos e cardeais, intriga e destabiliza os países democráticos. O líder dos prosélitos é o Papa e distingue-se pelos sapatinhos vermelhos e vestidos de bom corte e pelo azedume que lhe provocam a progressiva secularização da Europa e a laicidade.

O Igreja ortodoxa, com exegetas ainda mais reaccionários, alapa-se aos Estados e vive como fungo que parasita o poder secular.

Os protestantes dividem-se em numerosas seitas e raramente descuram a influência no aparelho de Estado. Há-os tolerantes e exaltados, os que têm a mania que falam com Cristo e os que se limitam a escrever em notas de dólar que acreditam em Deus.

Cristo é, nos negócios da fé, o idiota útil. Apresentam-no como curandeiro e vendedor da banha da cobra, filho de uma pomba estúpida e de uma atrasada mental que precisou de um anjo para lhe dizer que estava grávida. Os pormenores vieram depois, à medida que o negócio prosperou, para estupefazer os simples e assombrar os crédulos.

É por isso que hoje encontramos a toponímia das cidades cheias de nomes de santos, os montes poluídos com capelas, as esquinas das ruas pejadas de nichos pios e o sinal mais a reproduzir-se nas paredes, enquanto o pobre Cristo, com ar de delinquente, exibe os cravos e as chagas à misericórdia dos devotos.




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