quinta-feira, março 29, 2007

 

Sobre a laicidade

A laicidade é um factor apaziguador das diferenças culturais que o clero se esforça por converter em divergências.

Não é legítimo agredir crentes. Devem, sim, ser protegidos deles próprios e defendidos em nome da liberdade religiosa, mas a defesa e a protecção exigem que o proselitismo seja contido em margens que não degenere em conflito.

A ICAR, como religião monoteísta, não deseja a liberdade religiosa mas a imposição da catequese obrigatória. Já não é apenas a demência islâmica que põe em risco os direitos, liberdades e garantias que as democracias defendem. As Igrejas cristãs estão a assimilar o desvario islâmico e querem regressar às origens perdidas com a Revolução Francesa.

Não é a moral religiosa que perturba, o que não se tolera é a imposição clerical aos que rejeitam a fé.

A apostasia é um dos mais sagrados direitos humanos. É preciso proclamar o direito de defender hoje o contrário daquilo em que se acreditava ontem e, eventualmente, voltar a acreditar amanhã, sob pena de destruir a liberdade religiosa.

Os padres querem que o pecado seja crime e a apostasia punível com pena máxima, mas desiludam-se os parasitas da fé. Enquanto houver cidadãos que renunciem à humilhação de andar de joelhos, Deus é a nódoa que não mancha todas as consciências, um estorvo que não elimina a liberdade, a excrescência que não corrompe toda a humanidade.

Basta que a semente da descrença alimente a independência do pensamento e a coragem da resistência se sobreponha à violência da repressão, para que os homens permaneçam livres e dignos.

A opressão precisa de carrascos. Quando a democracia avança, a fé recua e os algozes ficam frágeis. Também por isso a defesa da civilização exige o combate pela liberdade.




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