sexta-feira, abril 27, 2007
B16 e o Limbo
O Limbo era um lugar onde as diversões eram vedadas e a alegria estava proscrita. Sítio intermédio entre o Céu e o Inferno, o Limbo era o argumento para baptizar as crianças precocemente quando a mortalidade infantil enchia o Céu de anjinhos que as febres e as diarreias estivais enviavam.
A ICAR nunca lhe atribuiu a felicidade colorida do Céu nem as penas sofridas do Inferno. Era uma espécie de bairro abandonado para as almas não matriculadas, o espaço neutro para os não baptizados, sítio que não rendia lucros à ICAR.
Pelos vistos, ao mínimo descuido dos pais, lá viajavam as almas infantis para o eterno abandono do Limbo. Era uma injustiça que os teólogos da ICAR agora se preparam para reparar.
De futuro as crianças que morrerem sem baptismo já vão para o Céu. É preciso que o documento papal esclareça algumas dúvidas:
1 - Quando passam a vigorar as novas normas;
2 - Como se faz a mudança para o Paraíso das almas residentes no Limbo, caso tenha efeitos retroactivos a decisão papal;
3 - A que idade é que a ausência do baptismo deixa de conferir bilhete para o Céu.
O Vaticano é um poço de surpresas e uma central de fértil imaginação.
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