segunda-feira, julho 23, 2007

 

Ateísmo na Blogosfera

  1. «Eu nunca vi mamilos de lontra, mas creio que as lontras os têm. Alguns crentes dirão que isto prova que o conhecimento científico é igualzinho à fé religiosa. Uns crêem nos mamilos de lontra sem nunca os terem visto, outros crêem em deuses sem nunca os terem visto. É a mesmíssima coisa.

    Só que não. Uma grande diferença é a atitude perante a possibilidade de erro. E se não for como eu penso? Se procurar na lontra toda e não vir vestígio de mamilos mudo de ideias. Não vou postular mamilos invisíveis, transcendentes, metafísicos. Nem mamilos omnipotentes a saltar para as costas da lontra quando lhe examino o ventre, testando a minha fé no Mamilo. Se não tem, não tem. Mudo de crença. Agora perguntem ao crente religioso como ele encara a possibilidade de se enganar. E se não existirem deuses? Como é que sabe? É mamilos invisíveis até onde a vista alcança...
    »(«E se não for?», no Que Treta!)

  2. «O que importa é a Transcendência. Notem o T maiúsculo. É essa propriedade dos Blin que os coloca totalmente à parte de qualquer refutação empírica. O efeito foi imediato, devolvendo aos crentes o fundamento da sua fé nos Blin e simplificando toda a argumentação Blinológica. Conta-se que São Gervásio, sempre pragmático, até fez um bom dinheiro vendendo cartões onde se lia, em bela fonte gótica:

    «Esse argumento/exemplo (riscar o que não interessa) é completamente inadequado porque os Blin Transcendem _______________________________________.»

    Mesmo as dúvidas mais profundas podiam agora ser dissipadas com um simples gesto da pena.»
    Transcendência», no Que Treta!)


  3. «Acontece é que reconheço como modesto o impacto da minha crença ou descrença. Por crer numa mentira consigo apenas enganar-me; não tenho o poder de a tornar verdade só de acreditar. E se duvido de uma verdade não a torno menos verdadeira. A minha dúvida não faz mossa. Posso crer. Posso descrer. O universo não se importa.

    Isto é libertador. É um alívio. Não tenho medo de pensar, de duvidar, de colocar perguntas ou tentar compreender as coisas por mim. Nem me sinto obrigado a acreditar. A realidade resiste à dúvida, e nunca vou estragar nada só por falta de crença. Posso ter a opinião que quiser sem que tudo fique uma lástima, e posso mudar de opinião sempre que encontrar uma melhor.
    »(«Lástima...», no Que Treta!)

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