quarta-feira, outubro 10, 2007

 

Policarpo parte a loiça toda



Digno de um diálogo tabernáculo requintado com refinadíssimos toques de populismo ameaçador, Policarpo, acérrimo defensor do rebentamento de loiça com dossiers, promove o autoritarismo e obscurantismo cristão a qualquer custo, sejam os rebentamentos mencionados anteriormente, sejam as censuras, a falácia típica cristã de inversão, Satanás se trataria caso o Secularismo não tanto se evidenciasse, restam os jacobinos, quiçá um dia as focas e pinguins dos pólos, coitados, ainda estão com o demónio no corpo, evangelizar é preciso.

As forças do mal povoam a Terra, serão cerca de 83% das pessoas que a habitam, anticatólicos se invertidos os contextos, seja um copo meio vazio afinal, contando com a bicharada herege que por ai anda muitos exorcismos serão necessários até que a Igreja Católica deixe de colocar as garras onde elas não são bem-vindas, genes de carraça que povoam o catolicismo mais se fazem notar quando o assunto é o poder.

Policarpo afirma autoritariamente, aparentemente eleito representante religioso numas quaisquer eleições feitas à porta fechada e com cães de guarda travestis com os produtos da ourivesaria do vizinho todos pendentes ao pescoço, ligeiramente babados pela raiva, que "é possível não dar palco e margem de manobra aos que querem impedir a presença da Igreja na nossa sociedade", e que "existem forças na sociedade que não vêem com bons olhos essa presença". Afirmações interessantes de uma necessidade de censura, a quem? Jacobinos? Focas? Pinguins? Ficam os espantalhos por nomear, existência concreta talvez em almas penadas ou demónios faiscantes prontos a espetar o tridente nas nádegas de qualquer padre que lhe apareça à frente. Certamente que existem muitas pessoas que não desejam um fascismo católico, budistas, hindus, ateus, satanistas, protestantes, mórmones, pessoas que se rotulam com um "quero lá saber da religião, venha é outro fino e umas moelas!", e muitos outros.

Como qualquer católico que se preze, lá vem o humor corriqueiro, "o caminho não é o poder, mas a autoridade do serviço.", tal como se pode constatar pela existência da palavra "evangelização", venha a nós o poder, seja feita apenas a nossa vontade, assim na Terra como... nos planetas onde se descubra vida, ourivesarias e sapatarias que façam sapatos vermelhos caros por encomenda, ser travesti sexy anti-travestismo não é para qualquer um.

Conforme informados pela hierarquia católica, representante máxima da colónia do Vaticano chamada Portugal, as leis portuguesas são inconstitucionais, violam a concordata, decorrente do referendo também efectuado à porta fechada, talvez guardado com fossos apinhados em crocodilos esfomeados, refere Policarpo: "A Concordata consagra o princípio da cooperação entre a Igreja e o Estado.". Somos cidadãos vaticanistas portanto, as leis do Estado despótico das sotainas são hierarquicamente mais importantes que as da colónia portuguesa, espera-se em breve mudanças no Bilhete de Identidade para dupla nacionalidade, isto em contextos de libertinagem claro está, quem sabe se pondere um sui generis carimbo da cruz de Cristo na testa dos colonizados.

O representante vaticanista alega que "a liberdade de consciência é algo de que a Igreja é a primeira defensora", e a segunda, e a terceira, e a quarta, até à última, até mesmo porque se não existe um totalitarismo católico a Igreja é claramente impossibilitada da sua liberdade de consciência, a escolha livre de ser católico ou ser católico, duas escolhas portanto, mas a querermos ser libertinos podemos enumerar ad nauseam o ser católico ou ser católico ou ser católico...

Laicidade tem o seu arauto máximo no catolicismo, sempre teve, religião católica sempre andou de bem com a religião do churrasco, problema principal neste contexto é que depois de se ter pertencido à segunda era impossível voltar à primeira, "são as capelanias católicas que têm chamado ministros das outras religiões.", o que até pode eventualmente ser verdade, possivelmente budistas e protestantes disfarçados de padres católicos.

Assevera que "a actual redacção do documento revela um desconhecimento total por parte dos responsáveis sobre a forma como se processa esta assistência aos doentes", cambada de ignorantes portanto, provavelmente nunca tiraram um curso de teologia e obviamente que nada percebem de mitologia cristã, os enfermos precisam de assistência católica ministrada por alguém extremamente credenciado, conforme nos indica o catecismo em E.56.3, "O exorcismo solene, chamado "grande exorcismo", só pode ser praticado por um sacerdote, com a permissão do bispo.", lembrando também que "Quando a Igreja exige publicamente e com autoridade, em nome de Jesus Cristo, que uma pessoa ou objecto seja protegido contra a influência do maligno e subtraído a seu domínio, fala-se de exorcismo.".

Quem sabe exista um importante projecto de lei no futuro que vise a divisão hospitalar em "secção católica" e "secção dos infiéis"?

De qualquer das formas parece necessário aos não-católicos frequentarem sítios com pouca lenha.

Links úteis:
Agência Ecclesia: Igreja-Governo: Patriarca defende via do diálogo
RTP: Policarpo e a loiça
Diário de Notícias: A horripilante e mentirosa campanha jacobina
Rui Tavares: Mas qual polémica?

Também publicado em LiVerdades




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