quinta-feira, junho 16, 2005
O funeral de um ateu
O criador e produtor do Licor Beirão faleceu ontem na Lousã aos 89 anos.
Segundo informa o «Diário as Beiras», de hoje, na secção «Notas do Dia», o industrial José Carranca Redondo era « republicano, ateu e anti-clerical», virtudes que não o livraram da afronta de se encontrar na Capela Mortuária da Igreja Matriz da Lousã, até às 17h00 de hoje, onde os vivos lhe desrespeitaram a memória com uma missa de corpo presente.
A ICAR, sempre que arranja pretexto para celebrar uma missa, é como um proxeneta a explorar uma prostituta. Não tem piedade.
Em 1951, perante a aldrabice do Diário de Notícias que, na primeira página, noticiava a presença de mais de um milhão de pessoas em Fátima, para assinalar o ano santo, Carranca Redondo escreveu ao DN uma carta que nunca seria publicada.
Vale a pena recordar, a argumentação do saudoso ateu:
«Eram precisos por exemplo 50 mil automóveis para transportar 200 mil pessoas e não havia esse número de veículos em Portugal. Para transportar as mesmas 200 mil pessoas eram necessários cinco mil camionetas de 40 lugares cada uma para os transportar, e não havia esse número em Portugal. O mesmo acontecendo com os comboios, por exemplo.
Se o recinto do santuário tem 250 metros de largura por 400 metros de cumprimento não podem concentrar-se mais de 200 mil pessoas em movimento».
Fonte: Diário as Beiras
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