domingo, abril 02, 2006

 

Tragédia no Vaticano - 1 morto


«Há grande consternação entre os habitantes do bairro pelo falecimento de Karol Vojtyla, conhecido pelo pseudónimo de João Paulo II. Desta vez não há suspeita de crime, mas todos referem um nome - Deus».

Foi assim que, há um ano, o Diário Ateísta noticiou o chamamento de JP2 à presença do patrão. Era tal a comoção dos crentes que julgávamos que nunca mais se recompunham de tamanha perda. Viam nele um homem de eleição, um poço de virtudes, um exemplo de bondade.

Todos esqueceram os teólogos que perseguiu, as intrigas que teceu e os escândalos que protagonizou - a falência do Banco Ambrosiano e a protecção ao arcebispo Marcinkus. O assassínio do chefe dos guardas, da mulher e de um cabo foram abafados, tal como a morte de João Paulo I, 33 dias depois de ser papa, que abriu vaga com culpas atribuídas a Deus.

No seu livro «In God`s Name», o escritor David Yallop escreveu: «O pontificado de João Paulo II tem sido e ainda é um triunfo para os especuladores, os corruptos e os ladrões internacionais como Roberto Calvi, Licio Gelli e Michele Sindona, enquanto o Santo Padre continua a mostrar-se publicamente em viagens frequentes semelhantes à tournée de uma estrela de rock. Os homens que o rodeiam dizem que o faz por negócio, como é habitual, e que os lucros desde a sua chegada ao pontificado aumentaram».

No primeiro aniversário da morte o Vaticano está em polvorosa. Vai um frenesim lá no antro com a beatificação. Parece um stand de automóveis em véspera do lançamento de um novo modelo.

Canonizar um Papa é fácil, difícil é crer na sua virtude. Pô-lo numa peanha e chamar-lhe santo é uma decisão burocrática, fazê-lo entrar na comunidade dos homens bons e das pessoas recomendáveis é mais difícil. Mas com o tempo tudo esquece e o marketing faz o resto.




<< Home

Google
 
Web www.ateismo.net


As opiniões expressas no Diário Ateísta são estritamente individuais e da exclusiva responsabilidade dos seus autores, e não representam necessariamente a generalidade dos ateus. Os artigos publicados estão sujeitos aos estatutos editoriais.
As hiperligações para sítios externos não constituem uma recomendação implícita. O ateismo.net não é responsável nem subscreve necessariamente, no todo ou em parte, a informação e opinião expressa nesses sítios web.

This page is powered by Blogger. Isn't yours?