segunda-feira, setembro 04, 2006

 

Deus e os monoteísmos

Admitamos que Deus transmitiu a sua vontade através de Moisés, Cristo e Maomé, que a sua abominável vontade (tão humana que é) pretendeu privilegiar alguns povos em detrimento de outros e que os livros sagrados foram ditados da forma que os apregoam, aos alcoviteiros que dizem, nas circunstâncias que inventaram.

Temos de concluir que Deus era rude, intolerante, vingativo e, sobretudo, um ignorante em questões científicas, além de narcisista e autoritário.

Aquela ideia de ameaçar o género humano com o julgamento no Vale de Josafá, depois de proceder à inauguração de um lago de fogo e enxofre, é demasiado idiota para ser levada a sério.

A exiguidade do Vale não comporta todos os vivos, a quem mandará guias de marcha e assegurará transporte, quanto mais os mortos que desde o princípio do Mundo ameaça ressuscitar.

Fica a questão de saber quem Deus considera homens - o que inclui mulheres, depois de os doutos cardeais terem concluído que também possuíam alma -, isto é, desde quando, na evolução das espécies, começou Deus a atribuir almas.

É difícil imaginar Deus a ditar os dislates de que Moisés, Jesus e Maomé se fizeram eco sem, ao menos, se retirar para aliviar a tripa, comer uns frutos ou beber água. Os santos livros, tão prolixos a registar-lhe as palavras, não referem o meteorismo, a flatulência ou reumatismo que certamente haviam de o afligir.

Como é possível que, com Maomé, o mais ignorante e analfabeto dos profetas, durante vinte anos, entre Medina e Meca, não se queixasse do calor ou proferisse um impropério pela lentidão de raciocínio do profeta?

Há uma só explicação possível. Naquele tempo, a ignorância e a superstição tornavam ávidas as pessoas pelo misterioso e fantástico. As religiões vieram ao encontro dessas necessidades e serviram um Deus amigo delas e inimigo dos seus inimigos que lhes dava algum conforto e tranquilidade.

Deus é a réstia de esperança de todos os desesperos, a mezinha para todas as desgraças, o lenitivo para todos os sofrimentos e, finalmente, a ocupação e modo de vida de uma multidão de parasitas que vive do medo e insegurança alheia.




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