segunda-feira, janeiro 22, 2007

 

As posições do NÃO

Um post no SIM ao referendo que explica muitas posições NÃO, explica que o que move muitos não é, como ululam, a defesa da vida, mas sim o incómodo que lhes causa a IVG por opção da mulher. Isto é, o que os incomoda é a liberdade de consciência da mulher.

O post aborda a homilia semanal na RTP de Marcelo Rebelo de Sousa, o responsável com Guterres pela situação aberrante em que nos encontramos, que afirmou ao vivo e a cores ser «contra a penalização da mulher. Às dez semanas, aos cinco meses, aos oito meses

Como Fernanda Câncio escreve, se a pergunta fosse, portanto, «está de acordo que a mulher que aborta - no limite, até aos 9 meses - deixe de ser criminalizada?», o professor Marcelo responderia SIM, concordo.

O professor Marcelo tem assim a curiosa posição de ser contra a penalização da mulher mas ser igualmente contra parte da pergunta do referendo, isto é, a parte «por opção da mulher». Mais concretamente «é muito claro: eu até sou SIM à despenalização mas sou contra uma lei que vai mais longe que a despenalização, que é permitir uma livre escolha sem justificação nenhuma. Um estado de alma permite à mulher abortar. Porque lhe apeteceu, põe em causa uma vida humana».

Mas deixa de estar em causa uma vida humana se a IVG não for realizada por opção da mulher (não se percebendo muito bem por opção de quem admite o professor o aborto até aos 8 meses, mas certamente alguém sem «estados de alma», o marido quiçá)!

Como analisa magistralmente Fernanda Câncio:

«Simplificando, o professor Marcelo criou um slogan que é o inverso, o espelho do tão odiado 'na minha barriga mando eu': 'na barriga da mulher só não pode mandar ela'.

O professor Marcelo não confia nas mulheres portuguesas. Vidas humanas nas mãos - nas decisões - delas, nem pensar. É por isso que o professor Marcelo vota NÃO. É um 'NÃO, não confio nas mulheres'.»

Em minha opinião é este tipo de misoginia que está subjacente a muitos votos NÃO. Uma misoginia que menoriza as mulheres, seres dados a «estados de alma» que abortariam por dá cá aquela palha, pelo que a decisão por uma IVG não pode alguma vez ser deixada a estes seres fúteis e ocos!

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