terça-feira, janeiro 02, 2007

 

Bento 16 reza

Papa reza para que 2007 seja um ano de paz. O Papa reza, a vaca muge, o corvo crocita, a rola geme e o papagaio palra. Cada animal tem a voz que o identifica.

Todos os anos o Papa reza debalde pela paz, este Papa, os precedentes e os que vierem. Se faltassem provas de que Deus não existe ou, no mínimo, é insensível à dor, bastariam os apelos lancinantes do Papa para provar a indiferença divina e a irrelevância papal.

Não há orações que salvem da fome as crianças que morrem de inanição, preceitos canónicos que encravem as armas, missas que demovam a humanidade da orgia de sangue que grassa nos países mais pobres e devotos.

Enquanto no Vaticano o Papa pede ao Deus dele que haja paz, através da televisão para que os fiéis o vejam, o ditador vitalício não se dá conta de que os homens, cansados de Deus, acabarão por virar-se para si próprios.

Os homens, de mãos postas, não trabalham a terra, de joelhos não constroem fábricas e a rezar não resolvem problemas, enganam-se a si próprios. Os que disparam as armas e dizem que «Deus é grande» construiriam fábricas, se o clero que fanatiza as crianças e instila o ódio estivesse interessado em melhorar o mundo e a prescindir do poder.

Se o Papa, em vez de rezar, trabalhasse, deixasse de dizer que é o representante de Deus como nos manicómios os doentes dizem ser Napoleão, não teríamos um exército de parasitas e ociosos a divertirem-se com a missa, o terço, o lausperene, a procissão, o Te Deum, o Ano Santo, a indulgência plena e a novena de acção de graças, teríamos gente para trabalhar em prol da paz e da prosperidade.

O clero está para a paz e o progresso como as religiões para a democracia e a liberdade.




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