quarta-feira, outubro 17, 2007

 

A invenção de Deus

Quando os homens, cheios de medo e superstição, inventaram os deuses, criaram-nos à sua imagem e semelhança, com defeitos e virtudes, mas humanizados.

Um dia inventaram um único troglodita que falava como as pessoas, pensava como os judeus e que encontrou um desgraçado que logo humilhou, obrigando-o a descalçar-se. Foi no Monte Sinai que as desavenças políticas entre tribos lograram inventar o déspota que, sozinho, criou o Céu e a Terra, ignorante de outras paragens, e ditou a Moisés vontades de gosto duvidoso e medíocre interesse.

Como Moisés, ou alguém por ele, falou de um Messias que viria, logo os mais ansiosos viram em Cristo o desejado que chegou à idade adulta sem biografia e morreu espetado num sinal mais. Eram danadas para as profecias as pessoas daquele tempo.

Depois veio um analfabeto condutor de camelos cujo casamento com uma viúva rica logo o valorizou, a ponto de lhe aparecer um anjo a ditar as mesmas iniquidades que já existiam no imaginário cristão. Maomé tornou-se um profeta ainda mais intolerante, xenófobo, rude e misógino do que os seguidores da seita anterior. A falta da cultura helénica e do direito romano tornou o Islão um alfobre de terror e proselitismo.

Ainda hoje o ódio cega as religiões, usando o medo e a crueldade como instrumentos de persuasão e, perante os mullahs e ayatollahs, o próprio Papa católico parece uma pessoa normal.

Mas não nos iludamos. No antro do Vaticano sopra a intolerância. O Papa exporta ameaças, excomunhões, intrigas, milagres, canonizações e outros actos de intolerância e mentira. O bando das sotainas rumina rancores e odeia a liberdade. Anti-semita, misógino e homofóbico, o Papa dirige uma cruzada contra o planeamento familiar, o divórcio, a apostasia, o preservativo, as uniões de facto, a actividade sexual e qualquer acto humano que dê prazer ou felicidade.

O déspota vitalício é chefe do único Estado do mundo onde não há uma maternidade e a vontade do Deus que inventaram, interpretada por ele, se opõe aos mais elementares direitos consagrados nos estados democráticos.

Entretanto, os seguidores da seita, deglutem o corpo e o sangue de Cristo em rodelas com que entram em êxtase místico numa orgia teofágica acompanhada de sinais cabalísticos de um oficiante com rendas e vestidinhos talares.

E levam-se a sério.




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