quinta-feira, dezembro 06, 2007

 

As três religiões abraâmicas

Às vezes dou por mim a pensar como foi possível, a partir de um texto bárbaro da Idade do Bronze - o Antigo Testamento -, desenvolver três negócios rivais: o Judaísmo, o Cristianismo e o Islamismo, cada um deles dominando uma área geográfica e aspirando ao monopólio.

À semelhança das Máfias, surgidas na Idade Média, as religiões abraâmicas têm uma tradição violenta, guerreando-se de forma cruel, com a obsessão do domínio planetário. Assemelham-se no carácter tribal, na tendência para se infiltrarem na esfera pública, na protecção dos seus membros e na impiedade para quem quebre os códigos de honra. O afastamento, que nas religiões se denomina apostasia, é punido com a pena capital. Em regra as direcções são colegiais, só o catolicismo romano evoluiu para o poder pessoal de um único e infalível autocrata que acumula com a profissão de santo.

A conversão e a morte são armas tradicionais da fé. A Espanha, filha dilecta de Roma, atingiu o apogeu do proselitismo com os Reis Católicos, Fernando e Isabel, quando os judeus e os muçulmanos eram convencidos à conversão pela tortura, não descurando os churrascos na Inquisição quando suspeitavam da falta de convicção de um cristão-novo.

No Afeganistão libertado a Constituição mantém um artigo que pune com a morte o crime de apostasia. Em 1992, na Arábia Saudita, Sadiq Abdul Karim Malallah, após legalmente condenado por blasfémia e apostasia, foi decapitado em público, ao gosto do Profeta, dos clérigos e dos devotos autóctones.

Do mundo muçulmano soltam-se crentes desvairados, carregados de bombas, em busca do Paraíso, numa louca orgia de sangue e de proselitismo. Aquele Deus vingativo, cruel e apocalíptico que se esconde nas páginas do Antigo Testamento é a matriz genética do Deus dos judeus, cristãos e muçulmanos que continua a ser o único mito mais mortífero do que qualquer bactéria ou vírus.




<< Home

Google
 
Web www.ateismo.net


As opiniões expressas no Diário Ateísta são estritamente individuais e da exclusiva responsabilidade dos seus autores, e não representam necessariamente a generalidade dos ateus. Os artigos publicados estão sujeitos aos estatutos editoriais.
As hiperligações para sítios externos não constituem uma recomendação implícita. O ateismo.net não é responsável nem subscreve necessariamente, no todo ou em parte, a informação e opinião expressa nesses sítios web.

This page is powered by Blogger. Isn't yours?