segunda-feira, agosto 29, 2005

 

De pequenino...

No Texas a importância da educação «correcta» desde cedo é certamente reconhecida pelo Conselho de Educação. Por isso, os livros e manuais escolares que podem ser comprados por escolas públicas estão sujeitos a um apertado escrutínio. Escrutínio que uma decisão de um tribunal federal declarou poder ser baseado em pontos de vista discordantes, isto é, podem ser rejeitados livros que não reflictam estritamente «os valores tradicionais, conservadores da maioria dos texanos».

Esta decisão do tribunal federal texano referia-se à acção movida por Daniel Chiras contra o Conselho de Educação do Texas por rejeitar em 2001 o seu livro «Environmental Science: Creating a Sustainable Future» (Ciência do ambiente: criando um futuro sustentável) que foi assim retirado da lista de livros escolares permitidos nas escolas do Texas. Acusado de conter «erros factuais», a única razão prevista por lei para a rejeição de um manual escolar, o livro foi considerado anti-americano, anti-livre iniciativa e anti-cristão pelos grupos de pressão conservadores Citizens for a Sound Economy e Texas Public Policy Foundation. Os «pecados» graves do livros de Chiras, para além de assumir que a Terra tem milhões de anos e não meia dúzia de milhares de anos, passam por indicar que os americanos, apenas 5% da população mundial, geram 25% dos gases de efeito de estufa, por descrever o papel das indústrias americanas na poluição ambiental e, «blasfémia» por que o compararam a Bin Laden, referir a poluição causada pelas companhias aéreas americanas.

Outro grupo teo-conservador, Educational Research Analysts, presidido por Neal Frey, avalia os livros de texto a serem utilizados no Texas com base nos «valores morais» dos teocratas americanos: devem apontar erros nas teorias da evolução, apoiar os valores judaico-cristãos, advogar abstinência estrita em vez de educação sexual e apoiar o capitalismo. Para este pilar da moral e bons costumes texanos os manuais escolares que falhem um destes pontos incorrem em «erros de omissão» e «erros de discriminação de perspectivas»!




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