quarta-feira, setembro 14, 2005

 

Um bairro de marginais


Que interditos e medos sobrevivem de modo a calar qualquer crítica à ICAR? Serão temores antigos do braço secular, desconfiança dos incontáveis esbirros do Santo Ofício ou terror das obscuras ligações do Vaticano e das suas seitas mais ou menos secretas?

B16 é o velho inquisidor de cuja biografia se apagou a passagem pela juventude nazi antes de ingressar nas forças armadas donde desertaria, na iminência da derrota, em 1944.

Há neste filho de um polícia alemão, de facto, uma adolescência difícil. Não o podemos condenar pela juventude que o fez autoritário, com horror à sociedade plural, mórbida homofobia e patologia misógina. Certamente não esquece as noites frias do seminário, obrigado a dormir com as mãos fora dos cobertores para evitar as tentações da carne e o castigo do preceptor.

O ataque desferido, num documento de 2000, contra anglicanos, luteranos e protestantes em geral, afirmando que a Igreja Católica é o único caminho para a salvação, mostra o seu conceito de tolerância e ecumenismo.

A condenação sistemática dos movimentos feministas, a relutância em aceitar mulheres a cantar nos coros das missas e a afirmação de que «gays e lésbicas até poderiam ser aceites na Igreja, se concordassem viver em castidade», mostra o carácter misógino e homofóbico de quem foi «eleito» Papa com o aplauso extasiado do Opus Dei.

Este homem, hoje regedor de um bairro mal frequentado, foi nomeado Papa por 115 cardeais onde apenas ele e um outro não foram criados por JP2 de acordo com a sua indicação e forte influência.

O teólogo que sabe que a existência de Deus não se pode provar é o autocrata que dirige a pesada máquina que vive do charlatanismo e da mentira. Desistiu de ser humano e é o déspota que envelhece e envilece na defesa anacrónica dos preconceitos da sua igreja.

Se Bento 16 tivesse um dia conhecido as delícias do amor, se tivesse encontrado um corpo que se fundisse com o seu, uma boca que se abrisse à sua, um coração que batesse ao mesmo ritmo, não seria o beato moralista que confunde prazer e pecado, nem viveria a doentia obsessão contra o sexo.

Os pios leitores do Diário Ateísta não se dão conta do antro onde se cruzam cardeais, freiras, monges, arcebispos e outros parasitas da fé e se processam informações sobre tudo o que interessa à ICAR, oriundas dos centros de espionagem que começam num confessionário recôndito e acabam no Vaticano. É neste bairro mal frequentado que reina como monarca absoluto e vitalício o último ditador europeu - Bento 16.




<< Home

Google
 
Web www.ateismo.net


As opiniões expressas no Diário Ateísta são estritamente individuais e da exclusiva responsabilidade dos seus autores, e não representam necessariamente a generalidade dos ateus. Os artigos publicados estão sujeitos aos estatutos editoriais.
As hiperligações para sítios externos não constituem uma recomendação implícita. O ateismo.net não é responsável nem subscreve necessariamente, no todo ou em parte, a informação e opinião expressa nesses sítios web.

This page is powered by Blogger. Isn't yours?