domingo, novembro 04, 2007

 

Paquistão - Uma ameaça global

O mundo está cada vez mais inseguro. As ogivas nucleares estão ao alcance de qualquer ditador e de todos os alvos. Não há boas mãos nem países de confiança, mas o perigo é maior quando a fome, o desespero e a fé se juntam numa mistura explosiva potenciada pelo ódio.

No Paquistão, o presidente Pervez Musharraf acaba de declarar o estado de excepção para evitar que, dentro de dias, o Supremo Tribunal se pronunciasse sobre a legalidade da sua recente reeleição e promete, a partir das próximas eleições gerais, previstas para Janeiro de 2008, a restauração das liberdades democráticas, como se pudesse restaurar o que nunca existiu e acaba de impedir.

No Paquistão só existe um poder - o militar -, acossado por bandos tribais que detêm armas sofisticadas, relações de poder medieval e a convicção inabalável de que podem destruir os infiéis. É aqui que a civilização, os países democráticos e os bem instalados cidadãos do hemisfério Norte se encontram desafiados.

A cumplicidade das democracias com as ditaduras é o pecado original do pragmatismo. No Paquistão o general Musharraf está tão intranquilo como a União Europeia e os EUA. Não há tempo para esperar que das montanhas onde floresce a papoila e o Corão brote o Iluminismo, a Reforma e a Revolução Francesa, e que a cultura helénica e o direito romano influenciem o plágio grosseiro do cristianismo que guia os líderes tribais e religiosos do Islão.

Na Europa, a Guerra dos Trinta Anos foi há quase quatro séculos e terminou, depois de sangrentos combates, com a Paz de Westfália onde nasceu a liberdade religiosa e a modernidade.
Não podemos esperar tanto tempo e nem eles nos deixam esperar.

DA/Ponte Europa




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