quarta-feira, setembro 14, 2005

 

A IURD no Brasil (1)

É uma experiência realmente assustadora passar em frente à chamada Catedral Mundial da Fé, o templo principal da Igreja Universal do Reino de Deus (IURD) no Brasil. Localizada no subúrbio carioca de Del Castilho, a poucos quilómetros do Centro, a edificação monumental (e medonha) atesta a riqueza desta seita neopentecostal surgida há pouco mais de duas décadas. Em formato de meia lua, com mais de 63 mil metros quadrados de área construída, tem os muros de sua fachada revestidos com 10 mil metros quadrados de pedras trazidas de Israel. Nas reuniões de culto, os pastores despejam suas charlatanices aos mais de 10 mil crentes que se acomodam em modernas e confortáveis poltronas dispostas em degraus, como numa arena. Pelos programas da rede de televisão da IURD, a Record, vemos essas pobres criaturas entregando de boa fé seus salários, anéis, colares, relógios e até mesmo óculos aos abutres que insistem que elas atestem sua fé doando a Cristo seus bens materiais. Só assim Deus as fará cada vez mais prósperas.

Além do dízimo e das doações de milhões de fiéis em todo o território nacional, o cofre da IURD se locupleta de outras fontes de renda. Um dos maiores representantes da IURD no Congresso Nacional, o bispo Rodrigues, renunciou ao mandato de deputado federal nesta última segunda-feira (12/9), para evitar sua provável cassação. Estava envolvido num amplo esquema de corrupção. Em outro episódio envolvendo a IURD, em Julho deste ano, a Polícia Federal encontrou com o bispo e deputado federal João Batista Ramos e mais seis pessoas, sete malas contendo cerca de 10 milhões de reais. Apesar da IURD afirmar que o dinheiro era proveniente do dízimo arrecadado, a presença de notas seriadas e a dificuldade em explicar a origem do dinheiro fazem com que a polícia não acredite muito na história. Suspeita-se de lavagem de dinheiro advindo da corrupção. O mesmo João Batista Ramos já respondia a processo no Supremo Tribunal Federal por crimes de falsidade ideológica e contra a ordem tributária. O bispo e senador Marcelo Crivella também responde ao mesmo processo, entre outras coisas por ser sócio-proprietário de uma TV mesmo exercendo um cargo político.

Essa corja está em Brasília para legislar pela causa de Deus e tentar impor à sociedade leis condizentes com as suas crenças lamentáveis, mas também, e sobretudo, para enriquecer ainda mais a igreja do bispo Edir Macedo.




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