domingo, dezembro 02, 2007

 

Religião e ditaduras

Salvo o comunismo (sob Estaline e Mao), ele próprio transformado em religião, que glorificava o ditador de serviço a quem era rendido culto, nenhum sistema repressivo levou tão longe a opressão sobre os povos, a violência sobre os adversários e a limitação das liberdades individuais como as religiões.

Não é por acaso que as ditaduras se apoiaram quase sempre no poder das Igrejas, que o trono e o altar viveram em união de facto e de direito nas monarquias absolutas, nos impérios e nas numerosas ditaduras de pendor fascista que assolaram o mundo e nas que estão para durar.

Os homens que criaram as religiões foram certamente os piores do seu tempo no tempo em que os homens foram piores. Entre os ditadores destacam-se pela crueldade, ódio e espírito vingativo os dignitários religiosos. Dizia Pascal: «Os homens nunca fazem o mal tão completa e alegremente como quando o fazem por convicção religiosa».

Os ditadores laicos, por mais execráveis que sejam, limitam-se a ser cruéis, violentes e repressivos nos limites geográficos da ditadura que exercem mas os ditadores religiosos não se contentam com os antros em que se acoitam, lançam a peçonha através do mundo e castigam ou abençoam sem respeito por limites territoriais ou ideológicos.

O Papa excomunga um cidadão onde quer que viva, seja qual for a sua nacionalidade, a partir do Vaticano, tal como o aiatola Khomeini, do Irão, produziu idêntica sentença contra o escritor Salman Rushdie, que era britânico, neste caso com oferta pública de dinheiro para estimular a fé assassina de qualquer muçulmano que se prezasse.

Não sei se é a posição de joelhos, ou de rastos, que vai transformando lenta e eficazmente os líderes religiosos em répteis e em peçonha os seus actos.




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