domingo, outubro 28, 2007

 

Vaticano - luta contra a democracia

Acabo de ver, no noticiário das 20H00 da RTP, imagens da beatificação dos 498 mártires com que a ICAR satisfez os ódios antigos e o azedume recente contra o Governo actual e legítimo de Espanha.

Agora, como no passado, é a felicidade humana que os bispos não toleram. Hoje e sempre, nas religiões do livro, católica, muçulmana ou judaica, é o ódio à liberdade que se alberga sob as vestes talares dos empregados de Deus. O que os move não é o amor divino, que insistem em dizer que existe, é a ambição do poder, a cupidez do luxo e a manutenção dos privilégios de casta.
Foi deprimente ver as entrevistas de gente simples, fanatizada pela fé, embrutecida pela Igreja, no seu ódio à modernidade e no horror aos ideais democráticos que trouxeram à humanidade a tolerância, a igualdade entre os sexos e o respeito pelo pluralismo.

Os familiares dos mártires pareciam saídos da Idade Média, súbditos dos reis católicos, Fernando e Isabel, cuja demência assassina tem atrasado o processo de canonização e a divulgação dos seus milagres. Não era a fé no Deus imaginário que os movia, era o ódio à República, a nostalgia de Franco e a subserviência às sotainas.

No rosto das reverendas criaturas bailava a alegria cínica de quem sabe que pode fazer o circo dos embustes sob a impunidade das protecções de que goza. Foi tanta a pressa de acrescentar aos 479 beatos, onze dos quais já promovidos a santos, com que JP2 abençoou o franquismo, que, entre os 498 beatos de hoje, um torturador aproveitou a boleia a caminho da santidade.

O descaramento dos bispos espanhóis não tem limite. Hoje tiveram um dia de alegria. Vingaram-se da democracia e mostraram a saudade e devoção a um frio assassino - Francisco Franco.




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