domingo, agosto 26, 2007

 

O direito à apostasia

A situação dos cristãos convertidos em países islâmicos é mais difícil do que a dos que já nascem cristãos. No Tajiquistão, dois iranianos convertidos ao cristianismo estão em greve de fome a fim de não ser repatriados, pois correm o risco de condenação à morte por apostasia.

A apostasia é um direito inalienável dos cidadãos cujo respeito os estados democráticos garantem e as religiões evitam com a pena de morte e a ameaça do Inferno.

Não há religião, por mais estúpida e exótica, que não considere o seu Deus como único verdadeiro, atribuindo à concorrência a falsidade absoluta e aos seus clientes os riscos de perdição eterna. Desde bispos evangélicos aos mullahs, dos rabinos ao papa católico, todos os parasitas de Deus se pelam por fogueiras, apedrejamentos, e decapitações para os infiéis, isto é, para os fiéis de outras crenças e, particularmente, para os ateus.

A onda de demência mística acompanha a violência dos crimes religiosos. Ninguém vê um muçulmano a criticar um acto terrorista num país islâmico: pode custar-lhe a cabeça e o crime não é apanágio de desequilibrados, é a consequência lógica do cumprimento dos ensinamentos do Corão.

Agostinho, um santo católico, defendia a tortura para os que violavam as leis de Deus - o dele - pois, se era adequada para quem violava leis dos homens, com razão acrescida era justa para quem violava a lei do tal Deus.

Os crentes são tolerantes quando acreditam pouco ou têm dúvidas, mas só defendem o pluralismo religioso quando estão em minoria. Em maioria dizem que não pode tratar-se por igual o que é desigual. A luta pelo poder é o objectivo final das religiões. Conter a horda fascista dos prosélitos de Deus é o dever dos Estados democráticos, aprofundando sempre a separação da Igreja e defendendo direitos iguais para todas as crenças, não crenças e anti-crenças.

Para sobreviver a humanidade tem de pôr rédea curta aos clérigos das diversas religiões. Ninguém, melhor do que os padres, transforma as diferenças em divergências e estas em guerras. Deus é a mais idiota e perigosa das invenções humanas. Nascido do medo tornou-se motivo de terror.

Um ateu que se preze não pode deixar de ser solidário com os cristãos perseguidos pelos islamitas. O direito a mudarem de superstição é inalienável.




<< Home

Google
 
Web www.ateismo.net


As opiniões expressas no Diário Ateísta são estritamente individuais e da exclusiva responsabilidade dos seus autores, e não representam necessariamente a generalidade dos ateus. Os artigos publicados estão sujeitos aos estatutos editoriais.
As hiperligações para sítios externos não constituem uma recomendação implícita. O ateismo.net não é responsável nem subscreve necessariamente, no todo ou em parte, a informação e opinião expressa nesses sítios web.

This page is powered by Blogger. Isn't yours?